"Escrever nada tem a ver com significar, mas com agrimensar, cartografar, mesmo que sejam regiões ainda por vir."

Gilles Deleuze

02 novembro, 2009

Algo superficial sobre o pouco que sei das coisas


Na verdade, não entendi.

Acho que não entendi sobre tudo aquilo que foi mostrado.


Assisti “Frost Nixon” hoje. E pensei em muitas coisas. E pensei que nunca se pode saber de tantas coisas juntas, ao mesmo tempo. E vi que falar sobre isso é pior ainda. Se faltam palavras para dizer o que entendemos, quando não entendemos, dizer se torna ainda mais intraduzível.


São ações. O filme fala de ações. Mas não adianta buscar as ações no tema. O filme não fala de ações. Agir é extremamente comprometedor. Mostra aquilo que te impulsiona. Porque é mentira dizer que nos escondemos atrás da superfície. Que nossas ações nem sempre revelam o que nos acontece por dentro. Susan Sontag diz que “o mais profundo é a superfície”. Mentira. Não foi ela quem disse. Mas ela fala tantas coisas desse tipo que poderia ter sido uma frase dela. E eu não lembro quem disse. A gente nem sempre lembra das coisas, mas são elas que impulsionam nossas ações. E mostram aquilo que, muitas vezes, não queremos admitir. E dizemos que “o corpo esconde o que vai na alma”. Não. “O mais profundo é a pele”, como disse Paul Valéry.

Um comentário:

  1. Completamente verdadeiro... já me peguei muitas vezes decifrando as pessoas pela sua simples forma de agir. Enquanto que eu mesma já dei muitas pistas dos meus pensamentos e intensões sem me dar conta no momento, mas horas depois notei que o que tinha feito era um sinal do que queria dizer de verdade, muito inconsciente.
    Continua postando Pri!!

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